Células-Tronco são conhecidas pela sua capacidade de auto-renovação e diferenciação celular. Uma célula-tronco é comumente definida como uma célula que tem a capacidade de dividir e produzir continuamente células descendentes que se diferenciam em vários outros tipos de células ou tecidos. Há basicamente dois tipos: embrionárias  e adultas (Bansal, 2011).As células embrionárias têm a capacidade de originar diversos tipos celulares presentes no embrião e no adulto. O meio de obtenção para seu estudo devido fatores éticos e legais e manipulação em pesquisas é dificultado. No entanto, as células adultas apresentam a capacidade de originar tipos celulares específicos, por não terem limitações morais, que prejudique seu uso em laboratório, são objeto de pesquisa em  estudos recentes.A terapia celular com células-tronco demonstra resultados satisfatórios, como no caso das pesquisas em Odontologia, em que são extraídas células da polpa dentária. A polpa dentária é caracterizada por ter um tecido conjuntivo frouxo, altamente vascularizado e é constituída por vasos sanguíneos e variadas células especializadas, além dessas estruturas encontradas estudos revelam o potencial de extração de células-tronco da polpa dentária, sendo obtida através de dentes de leites durante a infância ou até mesmo na fase adulta. Pesquisas, já identificaram cinco diferentes células – tronco dos tecidos humanos: células- tronco da polpa dentária, células-tronco dos dentes decíduos esfoliados, células- tronco do ligamento periodontal, células- tronco da papila apical e as células progenitoras do folículo dentário. O grande interesse em pesquisas com essa linhagem celular vem crescendo cada vez mais devido seu potencial terapêutico na reconstrução de tecidos e órgãos. As células mesenquimais são células que podem ser isoladas da medula óssea, de tecido adiposo, de vários tecidos fetais e numerosos outros tecidos, como o da polpa dental. As mesenquimais têm capacidade de se diferenciar in vitro e in vivo em osteoblastos, em adipócitos, em condroblastos e em mioblastos. Células-tronco provenientes da polpa de dentes decíduos, tem mostrado resultados satisfatórios para terapia celular, o seu fácil acesso e o fato de não serem órgãos vitais, que normalmente são descartados após a esfoliação, provém um atrativo para testes de segurança e viabilidade terapêutica.O dente se desenvolve na maxila e mandíbula, variando a morfologia de acordo com a espécie e a localização, mas a estrutura se mantém similar sendo formada por: esmalte, cemento e dentina (juntos formam o tecido mineralizado que reveste a polpa) e a polpa (formada por tecido conjuntivo vascularizado, com diferentes tipos celulares) (Yen, Sharpe, 2008). A polpa dentária é derivada de componentes ectodérmicos e mesenquimais é dividida em quatro camadas: a primeira, mais externa, composta de odontoblasto produzindo dentina, a segunda camada, pobre em células e rica em matriz extracelular, a terceira camada contém células progenitoras com plasticidade e pluripotência, e a camada mais interna,O ligamento Periodontal é de suma importância no processo de reparo e regeneração do Periodonto, uma vez que apresenta células como cementoblastos, osteoblasto, miofibroblastos, células endoteliais, células epiteliais, células nervosas e células mesenquimais indiferenciadas identificadas em laboratório.Estudos para a diferenciação celular e seu cultivo ainda são de grande atenção, por mais que esse material seja de fácil obtenção, sua diferenciação em laboratório requer estudos avançados, assim gerando esperanças para o tratamento odontológico e até mesmo doenças, como diabetes, oftalmológicos, entre outros. A regeneração dos tecidos e órgãos lesados ocorre devido à capacidade de diferenciação celular, como no caso das doenças oftalmológicas, em que estudos relatam o uso de células-tronco para a diferenciação celular em células límbicas para a regeneração ocular.

 

Trabalho de Conclusão do Curso de BIOMEDICINA, 2012 >
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